VENCENDO AS ORIGENS

on terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Todos nós temos uma origem. Uns nasceram em uma família cuja marca é o sobrenome pomposo, ou famoso, ou ainda tradicional em determinada cidade ou região. Outras pessoas nasceram numa família cujo nome não apresenta marca de ostentação, nem riqueza, nem mesmo têm algum referencial na comunidade. Todos nós temos um referencial de origem. Mas há pessoas que já nascem carregando sobre si algum estigma danoso em sua origem. Algum porém.

A Bíblia fala sobre um homem que carregava um porém em sua vida: era Jefté. Diz assim: “Era Jefté, o gileadita, homem valente, porém filho duma prostituta; Gileade gerara a Jefté” (Jz.11:1).

Jefté era um homem valente, corajoso, hábil no uso das armas, um homem audacioso naquilo que empreendia.

Vencia adversários humanos, mas perdia na reputação familiar. Se fez respeitar pela força do braço, mas era vencido pelo estigma social, pelo porém de sua origem. A sociedade o discriminava por ter sido ele filho de uma prostituta. Jefté vencia no físico, mas perdia no social. Jefté foi um homem que carregou sobre si o “porém” de ter nascido filho de um relacionamento inadequado. O senhor Gileade uniu-se a uma mulher de prostituição e como fruto desse relacionamento nasceu o Jefté

Jefté foi, então, criado em um lar de prostituição, num lar onde o seu pai era apenas um visitante fortuito; numa casa onde homens diversos entravam e saíam desaparecendo de sua visão por trás de uma porta de quarto, ou da porta da sala da casa voltando rumo às suas residências, onde assumiam a postura de honrados e respeitáveis fiéis maridos.

Este valente fora criado num ambiente onde provavelmente cenas de sensualidade se faziam presentes, sem que a criança fosse respeitada.

Além disso, Jefté cresceu debaixo de rejeição. Certo nível de rejeição paterna, por não ter o pai junto à sua mãe como uma família estruturada. Rejeição dos irmãos por parte de pai, que não dividiram com ele a herança de família, quando o velho Gileade faleceu. O irmãos lhe disseram; “Não herdarás conosco, és filho da prostituta”. Jefté fora agredido em seus sentimentos por aqueles que lhe deveriam aceitar. Também foi rejeitado pela comunidade onde fora criado. Os concidadãos o expulsaram da cidade por causa da sua origem. É que os irmãos de Jefté eram influentes naquela sociedade.

Ao ter sido expulso como uma pessoa não desejável no meio dos moradores de sua terra natal, dirigiu-se a outro lugar, onde foi acolhido pelos marginais da nova terra. Por ser corajosos, valente, e um líder, logo tornou-se o comandante do bando marginal de Tobe. É que os rejeitados sempre são adotados por alguém de má índole, e por algum espírito maligno, fazendo-o ser um maligno como eles.

Mas para todo aquele que tem qualidades sempre surge o dia do resgate. E com Jefté aconteceu assim. Deus que é justo não deixa os rejeitados em rejeição para sempre. A Deus não interessa os percalços da nossa origem. Importa o projeto que ele tem e nos engloba. Quando o povo da terra de Jefté se viu perseguido por povos inimigos e sentiu-se frágil para enfrentá-los, foi em busca daquele valente e destemido que haviam rejeitado e expulsado de sua terra natal, para constituí-lo como o seu líder guerreiro, a fim de conseguir derrotar os inimigos.

Para todo rejeitado haverá sempre o dia da volta por cima, porque Deus nos apanha no monturo em que a vida nos lança, e nos coloca assentados como príncipes vencedores, quando entendemos que as qualidades que temos podem muito bem sobrepujar as debilidades de nossa origem. O nosso “porém” não pode nos deter. Precisamos trabalhar sobre nossa origem e avançar reescrevendo a nossa história.

1 comentários:

Paiva disse...

Gotaria de saber como consigo músicas de LPs dos irmãos cavalcante , que tento me inspiraram na infância.

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