ESCREVENDO NOVA HISTÓRIA, APESAR DO “PORÉM”!

on domingo, 30 de janeiro de 2011

O “porém” que marcou a história da nossa vida, não pode nos deter. Precisamos avançar reescrevendo a nossa história. Há marcas que nos acompanham, que nós não geramos, mas estão a nos acompanhar. Outras “porém” são da nossa responsabilidade.

Jefté, o personagem comentado no último programa, carregava como marca em sua vida o fato de ter sido gerado como um filho de prostituição, logo, um bastardo. Sobre si estava uma marca um, “porém”. Mas esse moço, que fora rejeitado pelos irmãos e pela sua comunidade, teve a oportunidade de dar a volta por cima, e aproveitou bem a chance que a vida lhe ofereceu.

Quando sua cidade estava ameaçada de invasão precisava de um guerreiro valente, de um homem destemido que liderasse aos soldados com bravura, e que derrotasse aos inimigos. Como lhes faltasse alguém com esse perfil, lembraram-se de Jefté e foram buscá-lo na cidade em que ele estava morando. Era a chance de esse valente dar a volta por cima, ultrapassar o “porém” que marcava sua trajetória, e conquistar uma posição de respeito. Foi exatamente o que aconteceu.

Ao ser convidado para ser o líder do exército ele estabeleceu suas condições, e tornou-se o governador da sua terra natal.

Agora, o Jefté que fora expulso por ser filho de uma prostituta, volta carregado por aqueles que o rejeitaram, e após conquistar a vitória no campo de batalha foi colocado como o governador daquela gente.

A nova história da vida de Jefté começou a ser escrita. O seu “porém” não mais era percebido. Ele venceu.

Comigo também não foi diferente. Em janeiro de 1970 estava eu em Salvador, em frente ao auditório do colégio ICEIA, no Barbalho, para prestar concurso para o Magistério Público, como professor do então chamado Ensino Médio. Naquela manhã ensolarada, enquanto aguardávamos que o portão fosse aberto para que ouvíssemos a aula magna proferida pelo Secretário de Educação Navarro de Brito, e o concurso começasse, estavam reunidos milhares de professores Licenciados em Curso Superior. De repente uma das concorrentes começou a indagar aos que lhe eram próximos que curso haviam feito, e onde. A que cada um respondia. De repente ela voltou-se para mim e me perguntou: você fez o que? Eu lhe respondi: Filosofia. Onde? Foi sua pergunta. Eu disse: na Faculdade de Filosofia de Itabuma. Nesse momento ela deu uma enorme gargalhada zombeteira e disse: “fez em Itabuna e quer passar?”. E muitos gargalharam com ela na minha cara. Ante a expressão de escárnio eu senti me faltar terra debaixo dos pés. Mas nessa hora em que eu ia afundando no chão, me ergui dentro de mim, e em pensamento declarei: eu passo; inda que seja o último colocado, eu passo. E me atirei loucamente a estudar os conteúdos de Psicologia, a disciplina que houvera escolhido para prestar concurso. O concurso durou trinta dias. Demos aula para uma pedagoga e uma psicóloga por trinta dias, usando a metodologia estabelecida por elas, a dinâmica de grupo. Além de duas provas de consulta. Ao final do concurso, eu obtive a terceira colocação da turma de cinqüenta concursandos da qual fiz parte, e no cômputo geral eu fui o sexto colocado, tendo recebido como prêmio a oportunidade de escolher a cidade onde queria desempenhar a profissão de professor de Psicologia no Ensino Médio, e eu escolhi há quarenta anos atrás, a cidade de Vitória da Conquista. Quanto àquela moça que zombou de mim por causa do meu “porém”, do não ter podido estudar em Salvador ou no Rio de Janeiro, eu não sei se sequer foi aprovada.

Ao ultrapassar o, “porém”, da minha formação acadêmica, me sobrou a oportunidade de, em março de 1972, juntamente com os professores Antônio Moura Pereira, Tanajura, Zélia Chequer e Maria Laura Veloso, liderados pelo saudoso Dr. Jesiel Norberto, fundar a primeira faculdade que deu origem à UESB, a Faculdade de Formação de Professores de Vitória da Conquista.

O “porém” da limitação financeira que não me permitiu cursar uma faculdade na capital foi ultrapassado, e tenho caminhado em vitória, na Vitória da Conquista.

A você que me ouve quero dizer agora: Não se deixe derrotar por causa de algo negativo que esteja a lhe marcar, em sua origem. Dê a volta por cima, aproveite bem as chances que a vida lhe oferecer, ultrapasse as barreiras e as limitações, seja maior que o “porém” e conquiste o seu espaço. Não se detenha, avance.

Sua vitória depende apenas de você.

2 comentários:

Unknown disse...

isso é inspirador. eu vivo essa cituação, estou desviado dos caminhos do senhor da glória quero desesperadamente voltar a comunhão, "porem" me sinto fraco e desamparado.(sergio andrade)

Operações especias disse...

rubem cavalcante o veizim que da show...

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