TRANSFORMANDO VALES

on segunda-feira, 12 de setembro de 2011



Há momentos em nossa vida em que surgem vales tão profundos, quanto o cânion denominado de“Garganta do Diabo”; e situações tão áridas que mais parecem o deserto doSaara, na África.
Muitas vezes olugar e situação em que nos encontramos é o próprio vale de Baca, o lugar da desolação, do choro doído, da lágrima sentida. Lugar onde parece que palavraalguma que nos seja dita tem poder de nos consolar, de nos restaurar o ânimo,de nos trazer de volta a alegria que se foi.
Mas é em meioa estas circunstâncias, que Deus quer que sejamos transformadores de vales,gente que altere lugares. Gente que mude circunstâncias, que fça história;gente que faça do vale ressequido um lugar de manancial de águas vivas. Pessoasque transformem o vale das lágrimas, do sofrimento, em vale de bênção, emplataforma de sucesso. O que Deus espera de nós é que não nos deixemos abater eparalisar por força das adversidades, mas que as usemos como um instrumento deaprendizagem, de crescimento, de amadurecimento, de conquista, de transformaçãopara melhor.
O salmista,com propriedade, declarou: “Bem aventurado o homem cuja força está em ti, emcujo coração se encontram os caminhos aplanados, o qual passando pelo valeárido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva” (Sl.84:5,6).
Com essaexpressão o salmista nos convoca a termos uma visão diferente sobre as lutaspelas quais estivermos passando. Ao invés de murmurarmos ou entrarmos emdesespero e gritos histéricos, o que devemos fazer é lidar com as adversidadesprocurando tirar delas as lições que nos conduzam ao amadurecimento pessoal, eenriquecimento da fé e do caráter.
O apóstoloPaulo em sua carta aos romanos declarou que “atribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e ocaráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deusderramou seu amor em nossos corações, pelo Espírito Santo que ele nosconcedeu”.
A palavra“tribulação” vem da palavra latina “tribulum”. Esse era o nome dado a umaferramenta usada na agricultura, pelos romanos, para remover os torrões eciscos do terreno. Hoje essa ferramenta é conhecida como “gadanho”, “ancinho”,“rastelo”, e no trator chama-se “grade” ou arado.
Quando o“tribulum” era passado sobre a terra havia limpeza pela remoção do material inadequado,mas na terra ficavam as marcas profundas de sua passagem nela. É exatamenteisso o que acontece conosco ao vivenciarmos experiências difíceis e atégrandemente dolorosas. Há dor, mas pode haver limpeza em nosso caráter. Podeaté haver sangramento em nossa alma, mas há conquista de maturidade, hátransformação, quando, ao invés de ficarmos lamentando o problema, nós nosdamos à busca da solução e procuramos aprender algo novo, extraindo dele aslições que nos façam ser mais, ser melhores que nós mesmos.
As lutas são,em nossa vida, os vales e desertos que enfrentamos.
Ao nosdepararmos com lutas poderemos vencer ou ser derrotados; viver ou morrer. Tudodepende de como estamos vendo o problema, do que falamos ante o problema, e doque fazemos em relação ao problema. Se virmos a situação problemática comogrande demais, difícil demais, e a nós como incapazes, como sem forças paraenfrentar a adversidade, e em conseqüência disso lamentamos, murmuramos, e pornos achar insuficientes entramos em desespero, com certeza somos derrotados, eo problema agigantado. Mas, se pelo contrário, entendermos que a dificuldadenão é maior do que nós, que embora seja uma situação difícil, não é impossívelresolvê-la, e começarmos a nos empenhar pela solução, confiando em Deus como nosso ajudador, e em nós como quem pode se esforçar e viabilizar a saída,conquistamos a vitória e transformamos a realidade.
Ao enfrentarmos lutas, nos lembremos do amor de Deus que está em nós e à nossadisposição; amor que nos veio pelo esmagamento de Jesus na cruz. Foi poraceitar positivamente a dor da crucificação, que Jesus transformou o sofrimentoem bênção de salvação para todos os homens. Jesus transformou o vale da dor eda morte, na manhã de ressurreição.
Lembremo-nosda ostra: é seu sofrimento por ter um grão de areia incrustado em seu interior a feri-la, que a tão apreciada pérola é gerada.
Sem sofrimentonão há pérola.
Não nosesqueçamos que o ouro bruto só ganha real valor depois de passar pela afliçãono fogo do cadinho que o purifica.
Ao invés desucumbirmos ante as aflições, as usemos como uma oportunidade para amadurecermos e conquistarmos o nosso espaço.

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