FAMÍLIA: UM GRANDE PROJETO - VI

on sábado, 28 de abril de 2012




“Não é bom que o homem esteja só. Far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. Foi o que declarou o Criador ao perceber o estado de solidão em que se encontrava o homem no Jardim do Éden, por não ter encontrado quem o complementasse adequadamente. Por causa disso, Deus criou a mulher, e a entregou ao homem para que este lhe fosse por esposo. Logo, ser esposo é algo especial no projeto de Deus para a família. Mas, um grande percentual de homens não tem sido o esposo que o Criador planejou. São os maridos inadequados. Hoje quero lhes falar sobre um tipo de esposo a quem denomino de MARIDO INFANTIL.
Há homens que são imaturos, e muitos até infantis mesmo, uns meninões casados. Vários deles foram criados em lares onde a mãe era uma mulher dominadora, a cabeça das decisões, e o pai um homem frágil nas atitudes de liderança da família. Um lar marcado pela inversão de papéis. Nos lares onde há a inversão de papéis conjugais, a personalidade dos filhos geralmente apresenta distorções, as quais se manifestam nos relacionamentos, ao longo da existência.
Outros homens foram criados em lares super-protetores nos quais os filhos são tratados sempre como crianças que não podem crescer; gente que vive debaixo das asas da mamãe e do papai, para quem tudo é resolvido pelos genitores, até os documentos de maioridade. Tornam-se homens dependentes, sem iniciativa e sem decisões.
Geralmente os homens infantis procuram relacionar-se com mulheres de idade mais avançada que a deles, a figura da mamãe protetora. Outros se relacionam com mulheres dominadoras, castradoras, a figura da própria mãe dominadora que têm, ou que tiveram. Em resumo: estão inconscientemente casando-se com a própria genitora, sendo esta representada pela figura da esposa autoritária e mandona.
Na Bíblia há um exemplo interessante que descreve atitudes de um marido infantil. É a história do rei Acabe e de sua relação com a rainha Jesabel.
Diz o texto bíblico: Algum tempo depois houve um incidente envolvendo uma vinha que pertencia a Nabote de Jezreel. A vinha ficava em Jezreel, ao lado do palácio de Acabe, rei de Samaria. Acabe tinha dito a Nabote: ‘Dê-me a sua vinha para eu usar como horta, já que fica ao lado do meu palácio. Em troca eu lhe darei uma vinha melhor ou, se preferir, eu lhe pagarei, seja qual for o seu valor.’
Nabote contudo respondeu: ‘O SENHOR me livre de dar a ti a herança dos meus pais’.
Então Acabe foi para casa aborrecido e indignado porque Nabote, de Jezreel, lhe dissera: ‘Não te darei a herança dos meus pais’. Deitou-se na cama, virou o rosto para a parede e recusou-se a comer’.
Sua mulher Jezabel entrou e lhe perguntou:’Por que você está tão aborrecido? Por que não come?’ Ele respondeu-lhe: ‘Porque eu disse a Nabote, de Jezreel: venda-me a sua vinha; ou, se preferir, eu lhe darei outra vinha em lugar dessa. Mas ele disse: não te darei minha vinha’. Disse-lhe Jezabel, sua mulher: ‘É assim que você age como rei de Israel? Levante-se e coma! Anime-se. Conseguirei para você a vinha de Nabote, de Jezreel.
Diz o relato bíblico que Jezabel tramou a morte de Nabote e só sossegou depois de receber a notícia de que ele já estava morto.
“... Assim que Jezabel soube que Nabote tinha sido apedrejado até à morte, disse a Acabe: ‘Levante-se e tome posse da vinha que Nabote, de Jezreel, recusou-se a vender-lhe. Ele não mais está vivo. Está morto!’ Quando Acabe ouviu que Nabote estava morto levantou-se e foi tomar posse da vinha” (1Reis 21:7,15,16).
Observemos quão infantil era Acabe.
A infantilidade dele foi demonstrada por suas atitudes ante a recusa de Nabote em relação à vendagem da vinha. Ele emitiu atitudes infantis: rejeitou alimentar-se, fez birra, ficou deitado com o rosto virado para a parede, ficou muito emburrado. Estava como um menino chateado a dizer: “Não como, não como, não como. Ele não me vendeu a vinha que eu tanto queria”. Houve regressão. Ao recorrer ao mecanismo psicológico de regressão na dimensão emitida, Acabe se apresentou como um adulto infantil. Por sua vez, Jezabel era o protótipo da esposa fálica, da mulher pênis, isto é, uma mulher máscula, comandante de um marido fraco, ameninado, com quem se relacionava como se fora uma mãe autoritária, responsável por tomar todas as decisões que viabilizassem a satisfação das vontades do seu marido bebezão, alem de dar as cartas dentro do palácio para um rei que só sabia covardemente dizer: Sim! Ta certo! Vai ser assim como você determinou! Jezabel era o tipo de mulher que comandava as ações; e Acabe, o tipo de marido que acatava tudo cegamente.
A conclusão sobre a vida de Acabe está registrada na Bíblia da seguinte forma: “Nunca existiu ninguém como Acabe que, pressionado por sua mulher Jezabel, vendeu-se para fazer o que o SENHOR reprova” (1Reis 21:25).
A postura de Acabe na relação conjugal era de submissão, enquanto que a postura de Jezabel era de dominação autoritária. Homens infantis, fracos, quando se casam são governados pelas esposas, o que viabiliza a inversão de papeis conjugais de forma contundente.
Não é difícil encontrar-se casais semelhantes a Acabe e a Jezabel. Homens infantis casados com esposas dominadores, ou até mesmo encontrar-se mulheres infantis casadas com homens castradores. O resultado, em qualquer dos casos, é um relacionamento conjugal doentio, até mesmo devastador.

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