“Não é bom que o homem esteja só. Far-lhe-ei
uma auxiliadora que lhe seja idônea”. Foi o que declarou o Criador ao
perceber o estado de solidão em que se encontrava o homem no Jardim do Éden,
por não ter encontrado quem o complementasse adequadamente. Por causa disso,
Deus criou a mulher, e a entregou ao homem para que este lhe fosse por esposo.
Logo, ser esposo é algo especial no projeto de Deus para a família. Mas, um
grande percentual de homens não tem sido o esposo que o Criador planejou. São
os maridos inadequados. Hoje quero lhes falar sobre um tipo de esposo a quem
denomino de MARIDO INFANTIL.
Há homens que
são imaturos, e muitos até infantis mesmo, uns meninões casados. Vários deles
foram criados em lares onde a mãe era uma mulher dominadora, a cabeça das
decisões, e o pai um homem frágil nas atitudes de liderança da família. Um lar
marcado pela inversão de papéis. Nos lares onde há a inversão de papéis
conjugais, a personalidade dos filhos geralmente apresenta distorções, as quais
se manifestam nos relacionamentos, ao longo da existência.
Outros homens
foram criados em lares super-protetores nos quais os filhos são tratados sempre
como crianças que não podem crescer; gente que vive debaixo das asas da mamãe e
do papai, para quem tudo é resolvido pelos genitores, até os documentos de
maioridade. Tornam-se homens dependentes, sem iniciativa e sem decisões.
Geralmente os
homens infantis procuram relacionar-se com mulheres de idade mais avançada que
a deles, a figura da mamãe protetora. Outros se relacionam com mulheres
dominadoras, castradoras, a figura da própria mãe dominadora que têm, ou que
tiveram. Em resumo: estão inconscientemente casando-se com a própria genitora,
sendo esta representada pela figura da esposa autoritária e mandona.
Na Bíblia há
um exemplo interessante que descreve atitudes de um marido infantil. É a
história do rei Acabe e de sua relação com a rainha Jesabel.
Diz o texto
bíblico: Algum tempo depois houve um
incidente envolvendo uma vinha que pertencia a Nabote de Jezreel. A vinha
ficava em Jezreel, ao lado do palácio de Acabe, rei de Samaria. Acabe tinha
dito a Nabote: ‘Dê-me a sua vinha para eu usar como horta, já que fica ao lado
do meu palácio. Em troca eu lhe darei uma vinha melhor ou, se preferir, eu lhe
pagarei, seja qual for o seu valor.’
Nabote contudo respondeu: ‘O SENHOR me livre
de dar a ti a herança dos meus pais’.
Então Acabe foi para casa aborrecido e
indignado porque Nabote, de Jezreel, lhe dissera: ‘Não te darei a herança dos
meus pais’. Deitou-se na cama, virou o rosto para a parede e recusou-se a
comer’.
Sua mulher Jezabel entrou e lhe
perguntou:’Por que você está tão aborrecido? Por que não come?’ Ele
respondeu-lhe: ‘Porque eu disse a Nabote, de Jezreel: venda-me a sua vinha; ou,
se preferir, eu lhe darei outra vinha em lugar dessa. Mas ele disse: não te
darei minha vinha’. Disse-lhe Jezabel, sua mulher: ‘É assim que você age como
rei de Israel? Levante-se e coma! Anime-se. Conseguirei para você a vinha de
Nabote, de Jezreel.
Diz o relato
bíblico que Jezabel tramou a morte de Nabote e só sossegou depois de receber a
notícia de que ele já estava morto.
“... Assim que Jezabel soube que Nabote
tinha sido apedrejado até à morte, disse a Acabe: ‘Levante-se e tome posse da
vinha que Nabote, de Jezreel, recusou-se a vender-lhe. Ele não mais está vivo.
Está morto!’ Quando Acabe ouviu que Nabote estava morto levantou-se e foi tomar
posse da vinha” (1Reis 21:7,15,16).
Observemos
quão infantil era Acabe.
A
infantilidade dele foi demonstrada por suas atitudes ante a recusa de Nabote em relação à vendagem da vinha. Ele
emitiu atitudes infantis: rejeitou alimentar-se, fez birra, ficou deitado com o
rosto virado para a parede, ficou muito emburrado. Estava como um menino
chateado a dizer: “Não como, não como,
não como. Ele não me vendeu a vinha que eu tanto queria”. Houve regressão.
Ao recorrer ao mecanismo psicológico de regressão na dimensão emitida, Acabe se
apresentou como um adulto infantil. Por sua vez, Jezabel era o protótipo da
esposa fálica, da mulher pênis, isto é, uma mulher máscula, comandante de um
marido fraco, ameninado, com quem se relacionava como se fora uma mãe
autoritária, responsável por tomar todas as decisões que viabilizassem a
satisfação das vontades do seu marido bebezão, alem de dar as cartas dentro do
palácio para um rei que só sabia covardemente dizer: Sim! Ta certo! Vai ser assim como você determinou! Jezabel era o
tipo de mulher que comandava as ações; e Acabe, o tipo de marido que acatava
tudo cegamente.
A conclusão
sobre a vida de Acabe está registrada na Bíblia da seguinte forma: “Nunca existiu ninguém como Acabe que,
pressionado por sua mulher Jezabel, vendeu-se para fazer o que o SENHOR
reprova” (1Reis 21:25).
A postura de
Acabe na relação conjugal era de submissão, enquanto que a postura de Jezabel
era de dominação autoritária. Homens infantis, fracos, quando se casam são
governados pelas esposas, o que viabiliza a inversão de papeis conjugais de
forma contundente.
Não é difícil
encontrar-se casais semelhantes a Acabe e a Jezabel. Homens infantis casados
com esposas dominadores, ou até mesmo encontrar-se mulheres infantis casadas
com homens castradores. O resultado, em qualquer dos casos, é um relacionamento
conjugal doentio, até mesmo devastador.
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