FAMÍLIA: UM GRANDE PROJETO

on terça-feira, 18 de outubro de 2011


Família é o grande projeto de Deus para o ser humano na face da terra. É também o maior investimento que o homem pode fazer, depois de ter Deus em sua vida. Muito mais do que investir em indústria, comércio, agricultura, pecuária, ou em aplicações financeiras, investir na família é o mais rentável de todos os investimentos, pelos resultados que apresenta.

A maior riqueza de um homem não é o acúmulo de bens materiais que venha conseguir, mas uma família estruturada, equilibrada. Não adianta ser rico materialmente e ser pobre em relacionamentos, em afetos, em comunhão com os seus familiares. Não adianta ser um grande conquistador de fortunas, e um grande derrotado dentro de casa.

Quando Deus criou o homem entregando-lhe a tarefa de administrar a terra com sua autoridade, declarou: “está muito bom”. O tempo passou e para o homem não se encontrava alguém que lhe correspondesse. A solidão batera-lhe ao coração. Então o Criador deliberou preparar-lhe alguém que o complementasse, e então, miraculosamente criou a mulher e lha entregou. Disse Deus: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. E criou a mulher. Mulher é o milagre que Deus preparou para o homem. Mas na fala de Deus há duas palavras importantíssimas. A primeira é “auxiliadora”. No hebraico significa: “Alguém que vem ao lado complementando”. A outra palavra é “idônea”. No original significa: “Que tem em si toda capacidade de cumprir sua função”. Logo, a mulher é o complemento adequado ao homem, com a capacidade de cumprir a função de complemento. E assim, Deus criou a família.

É tão importante a família, que lá no Jardim do Éden, Deus mesmo fez o milagre de iniciá-la, ao entregar a mulher ao homem, e movê-lo a fazer a declaração da Lei do Matrimônio.

Ao contemplar aquela que a partir daquele instante poria fim à solidão do seu coração, Adão, em êxtase declarou: “Esta sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada. Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne”.

Essa lei que regula o estabelecimento do viver conjugal tem palavras chaves de grande importância no contexto da estruturação da família.

A primeira delas é “DEIXA”. Deixar tem várias implicações. Uma delas diz respeito ao aspecto geográfico do deixar. Fala de filhos que estão unindo-se pelos laços do matrimônio terem de sair do endereço antigo, a casa dos pais, para o seu próprio endereço. Por que quando os filhos casam-se não devem permanecer morando na mesma casa com os pais? É simples a resposta. Porque quando os filhos se unem pelo matrimônio são constituídos em autoridade, na mesma instância de autoridade dos pais; são gerados cabeça de família, líderes como os pais, e estar no espaço a ser administrado é estabelecer duas cabeças no mesmo corpo, duas autoridades no mesmo lugar. E o resultado é sempre contenda, mal-estar, confusão, porque ambos sentem necessidade de exercer a autoridade da qual estão investidos. É uma necessidade natural que fica impedida pela duplicidade de líderes num mesmo espaço. E como os pais foram a autoridade primeira no pedaço, têm a primazia. O que acontecerá é: se não forem fortes sucumbirão ao exercício de autoridade do novo casal e sentir-se-ão mal; mas, se, se posicionarem no exercício da liderança enfrentarão dificuldades pelo choque de autoridade. E o resultado é desentendimento e muita confusão. Por isso o deixar geográfico é fundamental. Há até um adágio que diz: “Quem casa quer casa”. É uma verdade. Eu nem diria quer, dirá deve ter sua casa, seu espaço, seu pedaço, inda que venha ser bem simples. É melhor assim.

O outro aspecto do “deixar” é o financeiro. Quando alguém pretende casar-se com outrem deve ter gerado toda a condição do provimento da família. O sábio Salomão com ênfase declarou: “Termine primeiro o seu trabalho a céu aberto; deixe pronta a sua lavoura. Depois constitua família”. Ele estava certo. A família deve ser provida pelos seus líderes, e nunca pelos pais. Deixar diz respeito também a sair do bolso de papai e de mamãe. Hoje se vê muitos filhos constituírem família e continuarem tendo suas despesas pagas pelos pais. É a compra do supermercado, a farmácia, o plano de saúde, o aluguel, e até as benesses. Quem assim procede está quebrando a lei do matrimônio no que se refere ao deixar. E todo aquele que quebra um princípio lega, é quebrado por ele.

Mas há ainda um aspecto importante no “deixar”. É o deixar emocional. Isto fala de um desmame afetivo, necessário ao bem estar tanto do novo casal, quanto dos pais. Que quero dizer com “deixar emocional”? É o seguinte: enquanto os filhos são solteiros, os pais ocupam o primeiro lugar em seus afetos. Mas quando se casam este lugar de proeminência passa a pertencer ao cônjuge, passando assim os pais a ocuparem o segundo lugar. Não estou dizendo que os filhos, agora casados, devem cortar a ligação emocional com os pais, não. Estou dizendo que o lugar de proeminência nos afetos sofre alteração de posição. É aí onde surge um problema sério. É que muitas mães não terminaram o processo de parto de seus filhos, sobretudo dos homens. E, por isso, entendem que a mulher que entrou na vida do filho é uma ladra, alguém que chegou para roubar do seu amor o filho querido, e não completamente parido. É esta a grande causa dos conflitos entre sogra e nora.

Os filhos devem ser criados, não para os pais, mas para Deus e para eles mesmos. Os pais devem continuar sendo amados, honrados e respeitados pelos filhos, mas sem colocá-los no lugar que pertence ao cônjuge. Tem acontecido um erro grave com muitos homens: é não reconhecerem isso, e continuarem ligados excessivamente aos pais, em detrimento do cônjuge. É um erro de graves conseqüências.

Outra palavra que é importante na Lei do Matrimônio é o verbo UNIR. Esta palavra declara que a união conjugal é indissolúvel. No hebraico a palavra traduzida para o português por UNE tem o sentido literal de “colar, cimentar”. No casamento o homem e a mulher se colam um ao outro de forma que não há como separar, descolar. É semelhante ao que acontece com a colocação de cerâmica numa construção. Quando a argamassa é colocada com qualidade, ninguém consegue arrancar. Se tentar quebrará a cerâmica e o contra-piso. A união no casamento é como se colássemos duas folhas de papel de cores diferentes. Se depois de passados dias alguém quisesse separá-las não conseguiria. O máximo que aconteceria era o rasgar, sendo que em cada pedaço haveria as duas cores. Nunca uma só. É o que acontece quando há separação conjugal. Cada parte sai levando pedaços do outro e deixando pedaços seus, e uma grande dose de mágoa, dor e desgraça. Porque o que se cola, não se descola.

A terceira expressão importante da Lei do Matrimônio é “uma só carne”. Essa expressão fala de aliança e de intimidade de corpos. Fala do direito de usufruir um do outro em plenitude, por força de um compromisso firmado, uma aliança de sangue estabelecida.

Na seqüência da narrativa bíblica lemos que “O homem e sua mulher viviam nus, e não se envergonhavam”. Essa nudez fala da transparência que deve marcar a relação conjugal. Fala de alma aberta, nada a esconder. Fala de sentimentos expostos, pensamentos perceptíveis. Fala da confiança que um parceiro deve ter no outro.

Quando o relacionamento conjugal se mantém nestas bases há garantia de grande sucesso. Sobre esse assunto voltaremos em outra oportunidade.

1 comentários:

Catia Garcia Artes Magia disse...

parabéns, muito bom

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